domingo, 21 de junho de 2015

[3 Ano] Folha - Atividade sobre Racionalismo e Empirismo

Leia os textos abaixo, discuta sobre as ideias com um colega e depois elabore a questão proposta:
O Empirismo
            Contrariamente aos defensores do inatismo, os defensores do empirismo afirmam que a razão, a verdade e as idéias racionais são adquiridos por nós através da experiência. Antes da experiência, dizem eles, nossa razão é como uma “folha em branco”, onde nada foi escrito; uma “tábula rasa”, onde nada foi gravado. Somos como uma cera sem forma e sem nada impresso nela, até que a experiência venha escrever na folha, gravar na tábula, dar forma à cera. Nossos conhecimentos começam com a experiência dos sentidos, isto é, com as sensações. Os objetos exteriores excitam nossos órgãos dos sentidos e vemos cores, sentimos sabores e odores, ouvimos sons, sentimos a diferença entre o áspero e o liso, o quente e o frio, etc. As sensações se reúnem e formam uma percepção; ou seja, percebemos uma única coisa ou um único objeto que nos chegou por meio de várias e diferentes sensações. Assim, vejo uma cor vermelha e uma forma arredondada, aspiro um perfume adocicado, sinto a maciez e digo: “Percebo uma rosa”. A “rosa” é o resultado da reunião de várias sensações diferentes num único objeto de percepção. O empirismo moderno tem em John Locke (1632-1704) seu grande propulsor. Combate ele a teoria das idéias inatas. Admite, porém, Locke que há verdades que são por completo independentes da experiência, universalmente válidas, como as verdades da matemática, cuja validez reside no pensamento. Esta afirmação levou-o, por aceitar verdades a priori, a ser combatido por parte dos empiristas posteriores. No decorrer da história da Filosofia muitos filósofos defenderam a tese empirista, mas os mais famosos e conhecidos são os filósofos ingleses dos séculos XVI ao XVIII, chamados, por isso, de empiristas ingleses: Francis Bacon, John Locke, George Berkeley e David Hume. Na verdade, o empirismo é uma característica muito marcante da filosofia inglesa.
A primeira circunstancia que me chama a atenção é a grande semelhança entre nossas impressões e ideias em todos os pontos, exceto em seus graus de força e vividez. As ideias parecem ser de alguma forma os reflexos das impressões, de modo que todas as percepções da mente são duplas, aparecendo como impressões e como ideias. (Hume, em Investigações sobre o entendimento humano sobre os princípios da moral)
O Racionalismo
            Para o racionalismo, a fonte do conhecimento verdadeiro é a razão operando por si mesma, sem o auxílio da experiência sensível e controlando a própria experiência sensível. Na teoria racionalista a percepção é considerada não muito confiável para o conhecimento porque depende das condições particulares de quem percebe e está propensa a ilusões, pois frequentemente a imagem percebida não corresponde à realidade do objeto. Para a concepção racionalista, o pensamento filosófico e científico deve abandonar os dados da percepção, trata-se de explicar e corrigir a percepção. Se o nosso conhecimento tivesse sua única origem na experiência, seria possível aos animais, de constituição semelhante à nossa, adquirir um conhecimento, fundar ciências e filosofias. No entanto, toda tentativa de procurar infundir-lhes nossos conhecimentos tem malogrado. E "por que um cavalo, perguntava Spencer, não poderia receber a mesma educação que um homem?". A resposta racionalista é simples: porque há, no homem, antes de toda experiência, algo que não tem o cavalo, e que distingue aquele deste, que é a razão. É importante esclarecer, no entanto, que essas diferenças, porém, não impedem que haja um elemento comum a ambas as teorias, qual seja, tomar o entendimento humano como objeto da investigação filosófica.
Disso nasce um outro interrogativo, a saber, se todas as verdades dependem da experiência, isto é, da indução e dos exemplos, ou se existem algumas que possuem ainda outro fundamento. Com efeito, se alguns acontecimentos podem ser previstos antes de qualquer experiência que tenhamos feito, é manifesto que contribuímos com algo de nosso para isso. Os sentidos, se bem que necessários para todos os nossos conhecimentos atuais, não são suficientes para dar-no-los todos, visto que eles só nos fornecem exemplos, ou seja, verdades particulares ou individuais. ( LEIBNIZ, G. Novos ensaios sobre o entendimento humano)

Exercício de elaboração de texto: com suas palavras, explique o que é o racionalismo e o empirismo. Depois argumente quais são os pontos fortes e fracos que cada um possui.